terça-feira, 21 de abril de 2009

Christiana Hoffmeister Brenner




O dia de hoje marca os 165 anos do nascimento de Christiana Hoffmeister, minha bisavó materna. Ela nasceu em 21 de abril de 1844, em Santa Maria, filha dos alemães Matheus Hofmeister e Elisabeth Maria Dauber(t). Ambos haviam imigrado com suas famílias: Matheus com 15 anos, em 1826, e Elisabeth com 8 anos, em 1827.
Em 1836, Matheus Hofmeister veio trabalhar na ferraria de Johann Baptist Maldeseder, na rua Pacífica, na atual Segunda Quadra da Rua Doutor Bozano, lado norte, à direita do atual nº 1.100, onde há um prédio comercial. Comprou a ferraria, em 1839, voltou a S. Leopoldo para casar e se fixou em Santa Maria. Eram luteranos, mas seus 12 filhos, nascidos em Santa Maria, foram batizados na religião católica, porque aqui não havia sua igreja.
Mesmo após a fundação da Comunidade Evangélica Alemã, em 8.4.1866, Christiana manteve-se católica. Ela casara, em 10 de setembro de 1861, com o luterano Franz Karl (Carlos) Brenner, alfaiate, natural de Ellweiler/Hunsrück. O casamento foi celebrado na primitiva e singela igreja católica de Santa Maria, de frente para um terreiro destinado à praça, demolida sete anos depois. O noivo era luterano e foi membro fundador, em 1866, da Comunidade Evangélica Alemã (Deutsche Evangelische Gemeinde). A história oral familiar conta que, aos domingos, o casal saía de sua casa na Rua do Comércio, atual Doutor Bozano, e separavam-se: Christiana ia à missa, na Capela do Divino, e Carlos ia ao culto na igreja alemã.
Carlos Brenner faleceu com 73 anos, em 18 de outubro de 1904, e sua viúva, Christiana Hoffmeister Brenner, faleceu no dia seguinte, com 60 anos. Ela não sobreviveu sequer 19 horas após a morte de Carlos.

domingo, 5 de abril de 2009

Recuperando a história


Neste domingo, a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Santa Maria inaugurou duas placas de bronze no interior da igreja, que é o mais antigo templo de Santa Maria em atividade, construído há 136 anos.
Uma delas soleniza a fundação da Comunidade, em 8 de abril de 1866, como Deutsche Evangelische Gemeinde, por alemães e descendentes, na maioria de religião luterana, que, na metade do século 19, detinham em Santa Maria quase a totalidade do comércio e da produção.
A outra placa comemora a construção do templo, inaugurado em 14 de dezembro de 1873, uma casa de oração, sem torre nem sinos, por imposição das leis do Império às religiões não católicas.
Elas substituem uma placa de 1973, alusiva ao centenário do templo, que continha graves equívocos, entre eles a inclusão de um inexistente Philipp Ilmann no lugar de Philipp Schirmer, importante personagem da sociedade santa-mariense.

A pesquisa e o projeto das placas foram desenvolvidos por José Antonio Brenner. Os nomes dos pastores e dirigentes foram obtidos em documentos do Arquivo Histórico do Estado, em Porto Alegre, já que todo o conjunto documental da Comunidade foi destruído nos ataques sofridos durante a Segunda Guerra.
Esses dois fatos da história da Comunidade e da cidade estão agora recuperados, eternizando no bronze os nomes daqueles valorosos pioneiros que, representando a etnia germânica de religião luterana na região, organizaram-se comunitariamente e construíram sua igreja. E, anos depois, foram além, ergueram a torre e instalaram os sinos que, devido ao incidente que causaram, tornaram-se símbolos nacionais da luta pela liberdade de culto e da livre expressão da fé.