quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ildefonso Brenner casou com Lydia Laydner


Meus avós maternos, Ildefonso Brenner, nascido em 13.6.1862, e Lydia Laydner, nascida em 10.10.1874, ambos santa-marienses, casaram-se numa quarta-feira, em 7 de maio de 1902.
Ildefonso era o primogênito, entre 11 filhos, do alfaiate e comerciante Franz Karl (Carlos) Brenner, natural de Ellweiler/Hunsrück, e de Christiana Hoffmeister, nascida em Santa Maria. Quando tinha 20 anos, ele foi estudar na famosa Europäischen Moden-Akademie, em Dresden, na Alemanha, onde ficou cerca de quatro anos, adquirindo cultura e aprimorando seu conhecimento do idioma alemão. Ele falava fluentemente o Hochdeutsch e citava Goethe de memória.
De volta a Santa Maria, tornou-se comerciante, estabelecido no sobrado da família, na esquina da Rua do Comércio com Serafim Vallandro. Foi presidente do Clube Caixeiral, em 1901, presidente da Praça de Comércio, em 1914, e dessa mesma entidade, em 1924, então chamada Associação Comercial. Em 1901, Ildefonso Brenner foi membro fundador e 1º secretário da Associação Protetora do Hospital de Caridade.
Ele foi diretor do semanário O Combatente, jornal do Clube Caixeiral, que, além das notícias sociais, pregava idéias abolicionistas e republicanas. Exerceu atividade política e foi eleito, em 1891, quando tinha 29 anos, para o primeiro Conselho Municipal do período republicano. Continuou na política, mais tarde na oposição a Borges de Medeiros, e foi candidato ao Conselho Municipal, na chapa federalista, em 1916, quando nenhum oposicionista foi eleito, como ocorria. Era na época do chamado “voto de cabresto”, aberto e sob intimidação.
Ildefonso Brenner devia apreciar a vida de solteiro, pois casou somente quando faltava um mês para completar 40 anos.
Lydia Laydner, a noiva, era 12 anos mais jovem e, quando casou, tinha 27 anos. Ela era a última filha, entre oito irmãos e irmãs, do ourives Jacob Ludwig Laydner, natural de Simmern/Hunsrück, e de Maria Luiza Niederauer, nascida na colônia de Dois Irmãos.
Lydia teve atividade social muito intensa e atuava em serviços comunitários. Foi, durante 16 anos, entre 1901 e 1917, presidente da sociedade feminina Nova Aurora, fundada em 1890. Em 1917, ela foi eleita presidente de outra associação feminina, a Sociedade Chrysantemos. Nesse mesmo ano, Lydia colaborou com o Dr. Becker Pinto, na campanha de vacinação contra a varíola, aplicando vacinas.
O casamento, há exatos 107 anos, teve o ato civil realizado às 20 horas, na casa do pai da noiva, viúvo havia uma década, na Rua do Comércio (hoje Dr. Bozano, 1065). O casal ali morou até o fim de suas vidas e teve somente uma filha, Maria Luíza Brenner, minha mãe, nascida em 10.4.1903.