sábado, 30 de outubro de 2010

Lançamento na Feira

O livro de minha autoria, Os Cassel de Santa Maria-desde o Glantal, terá lançamento na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 5 de novembro. A sessão de autógrafos será às 16 horas, no Memorial do R.G.S.
A narrativa inclui-se na história da imigração alemã no R.G.S., enfocada numa importante família de imigrantes, com anotações genealógicas. Descreve os cenários históricos em que viveram, na terra natal, na trajetória da imigração, nas colônias alemãs e em Santa Maria, onde um ramo desenvolveu extensa descendência.
Capa de autoria de Valter Noal Filho sobre foto de Abraham Cassel, ancestral de todos os Cassel, a partir de Santa Maria.

No formato 22 x 21 cm, o livro tem 144 páginas e mais 10 anexos com esquemas genealógicos. O projeto gráfico e a capa são de autoria do programador visual Valter Antonio Noal Filho, o que agregou qualidade à obra.
A Editora UFSM lançou o livro, inicialmente em Santa Maria, em maio, e agora promove seu lançamento na Feira do Livro do Porto Alegre.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Estação “Villa Etelvina” – 100 anos

Exatamente há um século, em 15 de outubro de 1910, foi inaugurada a pequena estação da “Villa Etelvina”, na ferrovia que parte de Santa Maria para a serra. Era uma parada ferroviária, onde os trens paravam mediante sinalização.
Antonio Alves Ramos construíra vários trechos ferroviários, inclusive o de Santa Maria a Passo Fundo, entre 1893 e 1898. Ele comprou terras junto à ferrovia, a cerca de 15 km de Santa Maria, no Pinhal, hoje Itaara, e lá construiu, em 1903, uma confortável habitação. Deu à propriedade o nome de “Villa Etelvina”, em homenagem à sua esposa, Etelvina Brenner Ramos, com quem casara em 1882.
No frontão, acima do segundo pavimento do sobrado, o medalhão com o monograma de Antonio Alves Ramos e a inscrição com o nome da propriedade: "Villa Etelvina".

Natural de Portugal, Antonio Alves Ramos chegou ao Brasil com 14 anos e, mais tarde, naturalizou-se brasileiro. Em Santa Maria, foi benfeitor de várias obras sociais e assistenciais, destacando-se o Patronato Agrícola Antonio Alves Ramos, ao qual doou vultosas somas para compra da área, construções e manutenção, esta última continuada por sua viúva. Hoje, seu nome está reduzido a uma escola ali existente, onde há uma herma do benfeitor e a efígie de sua esposa sem, contudo, qualquer inscrição que os identifique.
Sendo ele prócer do Partido Republicano Rio-Grandense e, posteriormente, aliado e amigo de Assis Brasil, a “Villa Etelvina” tornou-se local de encontros políticos. Também, durante muitos anos, ali se reuniam, principalmente durante o verão, muitos membros da família Brenner, oriundos de várias cidades.


A foto de Bortolo Achutti, tirada por volta de 1924, é a única conhecida da estação "Villa Etelvina".  Mostra um grupo à espera do trem. Identificados: sentada, de chapéu preto, Maria Luíza Brenner, minha mãe; ao centro, em pé, Padre Caetano Pagliuca; ao seu lado, o adolescente Salvador Isaia; à direita do militar, Savério Grimaldi, funcionário da Viação Férrea, tio de Salvador.

Após o sucateamento da malha ferroviária, a estação foi desativada, tornou-se ruinosa e foi, aos poucos, demolida. Sua reconstrução fez parte da uma ideia para organizar um trem turístico em roteiro pelas belezas naturais da região serrana. Isso seria útil para o conhecimento da história local e resgataria à memória dos santa-marienses e itaarenses o benemérito cidadão Antonio Alves Ramos, hoje tão injustamente esquecido.