terça-feira, 20 de maio de 2014

A.T.C. 1933 – A primeira rainha

No ano de 1933, fatos importantes ocorreram no Avenida Tênis Clube. Houve a eleição da primeira rainha, foi composto o hino, realizado um festival beneficente e lançado o A.T.C., o primeiro jornal do clube. Na metade do ano, meu pai, Ennio Brenner, tornou-se campeão.

   Eleição da Rainha
   Na sessão de diretoria do Avenida Tênis Clube, em 10.3.1933, Ernesto Lang, tesoureiro, apresentou a proposta que partira de vários sócios de que fosse realizada uma eleição entre as jovens associadas, para escolha da rainha do clube. A proposta foi aceita com entusiasmo.
   O Avenida Tênis Clube vivia uma época de intensa atividade esportiva e social. Eram frequentes os torneios de tênis com clubes de Cachoeira, São Gabriel, Cacequi, Cruz Alta. Muitas jovens santa-marienses praticavam o tênis, nas três quadras da Praça da República,[1] e participavam das reuniões sociais no pequeno pavilhão que servia de sede.
   O pavilhão social, construído em 1923, na sede então instalada na Praça do Mercado (hoje Saturnino de Brito),[2] fora transportado para a nova sede da Praça da República, em junho de 1930, e fora ampliado em 1932.
O A.T.C. na Praça da República, no local hoje ocupado pelo Corpo de Bombeiros.
Foto ~1938 - acervo Casa de Mem. Edmundo Cardoso - CMEC

   A eleição foi organizada, e foram produzidas cédulas eleitorais para votação. Não foi estabelecida a inscrição de candidatas. Algumas jovens atecianas passaram a ser votadas, no início de maio, quando os “cabos eleitorais” puseram-se em atividade. Os votos eram depositados em uma urna, na Casa Lang,[3] empresa do diretor esportivo do clube, Carlos Oscar Lang, na Primeira Quadra da Rua Dr. Bozano, 1228, onde hoje está uma loja da rede Colombo.
   A eleição da primeira rainha do tênis muito movimentou o quadro social.
   Em 6 de maio daquele ano, sábado, o Avenida Tênis Clube iniciou as noitadas de inverno, em sua sede, na Praça da República.
Publicado no Diario do Interior, sexta-feira, 5.5.1933.
  
   Na alegre noite dançante, houve intenso entusiasmo para a eleição da Rainha. Os cabos eleitorais empenhavam-se, cabalando votos para suas candidatas.
Norma Seibel - 1934
acervo Octavio Silveira
   Na primeira apuração, em 12 de maio,  Norma Seibel já tomou a dianteira, disputando-a com Agueda Brazzale, da qual se distanciou nas apurações seguintes. As demais eram Elisa Pereira, Lucia Izaguirre, Amélia Pereira, Maria Viola e Clelia Nieves.    As candidatas praticavam o tênis e eram assíduas frequentadoras das quadras e das reuniões sociais do A.T.C. Em junho de 1933, Elisa Pereira, Amelia Pereira, Lucia Izaguirre e Clelia Nieves estavam classificadas na primeira divisão feminina, Maria Viola, na segunda divisão e Agueda Brazzale, na terceira divisão.
   Além de Norma Seibel, as mais votadas foram:
Elisa Pereira - 2.9.1934 - acervo J.A.Brenner
Elisa Pereira – Sobre ela, foi escrito na edição de 25.1.1934 do jornal A.T.C.:
Formosa e meiga. Loira, esbelta, de olhos azuis. Entusiasta emérita do tênis, do nosso clube, do nosso jornal. Se é certo que temos todos, fisicamente, um traço característico, não é menos exato que cada alma  possui um predicado inconfundível: o de Elisa Pereira é a meiguice. Joga tênis como encara a vida: com um eterno sorriso otimista, bom e eminentemente contagioso. Ternura natural e espontânea, sem artificialismo exagerado e ridículo. Riso franco, sincero, permanente, sem ressaibo de ceticismo, sem amargor de dúvida.
Se alguém a ofendesse, riria; é com certas árvores que perfumam o machado que as maltrata.
Agueda Brazzale – 19 anos. Nasceu em Santa Maria, em 8.11.1013, filha de João Baptista Brazzale, dono da Pharmacia Moderna e responsável pela Pharmacia da Cooperativa dos ferroviários. 
   Agueda formou-se professora na Escola 
Agueda Brazzale. Foto na revista CCA,
em 25.12.1932. acervo CMEC
Complementar e tornou-se uma das mais ilustres educadoras de Santa Maria. Casou, em 1937, com o gabrielense José João Leal, que conheceu nos torneios de tênis entre o A.T.C. e o Brasil Tênis Clube, de São Gabriel.
Em A.T.C., edição de 2.13.1033 foi escrito:
“A natureza me fez bela, a inteligência deu-ma Deus, e da graça, o dom divino, as fadas me fizeram rica. Sou querida de todos: dos moços, que olham no fundo dos meus olhos, e dos velhos, que enxergam dentro do meu coração.”
Ele poderia dizer isso e não teria dito tudo. Daquele buquê mimoso de rosas lindas que são do Avenida o encanto maior, ela é uma das mais belas, e sem o espinho da vaidade. De Agueda Brazzale o A.T.C. não disse tudo, mas todos sabem que poderia ter dito muito mais.
Lucia Izaguirre. Foto no jornal A.T.C.
em 17.3.1934
Lucia Izaguirre – 17 ou 18 anos. Nasceu em Livramento, filha de Antonio Izaguirre, eng. mecânico da Viação Férrea, e Adalbertina, conhecida por Mindoca Izaguirre.
Eis como o A.T.C. a descreveu, na edição de 17. 3.1934:
O soberbo contraste dos magníficos olhos escuros com a claridade rutilante dos cabelos de ouro lembra-nos um sorriso entre lágrimas ou a alegria de um raio de sol, numa manhã sombria de inverno e faz que, daquele ramalhete mimoso que dá encanto às quadras do Avenida, Lucia Izaguirre seja, senão o mais belo, pelo menos o mais precioso ornamento.
O porte fidalgo, as maneiras delicadas e distintas, a doçura do seu convívio, fazem-na querida de todos atecianos. Nós, os da velha guarda, sentimos saudade do “nosso tempo”, quando nos fitam aqueles doces olhos de veludo.
Apaixonada das letras, a sua colaboração nas colunas de nosso jornal é o melhor testemunho de sua fina cultura.

A eleição encerrou-se em 10 de junho, e no dia 18 o Diario do Interior publicou o resultado final:

   Foi eleita Norma Seibel, com 45% dos votos e larga vantagem sobre outras três candidatas mais votadas: Elisa Pereira, Agueda Brazzale e Lucia Izaguirre. No dia 17 de junho, sábado, uma comissão do Avenida Tênis Clube visitou Norma Seibel em sua residência para participar o resultado da eleição e convidar para o próximo Festival do Tênis, quando seria feita, solenemente, sua coroação como soberana do clube.
   Na edição do Diario do Interior de 18 de junho, domingo, uma cronista do A.T.C., sob o pseudônimo de “Sinhasinha”, em sua crônica intitulada “Foi eleita a Rainha!” referia-se a um empenhado cabo eleitoral de outra candidata, possivelmente Agueda Brazzale:

   E a cronista finalizava, proclamando



[1] No tempo do Império, chamava-se Praça da Constituição. Com a proclamação da República, foi denominada Praça 15 de Novembro e, mais tarde, Praça da República. Em 1963, foi rebatizada Praça Tenente João Pedro Menna Barreto, hoje popularmente chamada “Praça dos Bombeiros”.
[2] Praça do Mercado era o nome popular da área, destinada a um mercado público que não foi construído. Não teve qualquer tratamento paisagístico antes de o A.T.C. ali se instalar.
[3] Tradicional empresa familiar, no ramo de ferragens, materiais de construção e bazar, fundada em 1928 e fechada em 1995.
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Fontes:
Arquivo Histórico Municipal/Hemeroteca - Diario do Interior.
A.T.C. - Orgão do Avenida Tennis Club -1933
Casa de Memória Edmundo Cardoso/Fototeca e hemeroteca.

sábado, 10 de maio de 2014

Feira do Livro de Santa Maria/2014  Patrimônio cultural da cidade
Uma história de 52 anos

   A  Feira do Livro de Santa Maria, em sua 41ª edição, foi aberta no dia 26 de abril, sábado, na Praça Saldanha Marinho, e foi encerrada em 11 de maio, domingo, mostrando, mais uma vez, a qualidade da Comissão Organizadora e equipe de trabalho, nesta edição sob a diligente coordenação geral da Secr. de Cultura Marília Chartune Teixeira.
   É a maior feira literária do interior do Rio Grande do Sul, que, a cada ano, cresce em importância, qualidade e dimensão.
   Primeira edição – 1962
   O evento teve sua primeira edição em 1962, organizado pelo governo municipal, com a chancela da Câmara Brasileira do Livro-Seção RS, consequente da iniciativa do vereador Sivo Duprat Barreto.
Trecho de notícia, em A Razão, 8.5.1962
Pelotas realizara sua 1ª Feira, em 1960.
 A comissão organizadora, presidida pelo prefeito Miguel Sevi Viero, era composta por Sivo Barreto, prof. Jaime Shmulerg, ver. Hélio Helbert dos Santos, Secr. de Administração Fernando Adão Schmidt e Pedro Freire Jr., então atuando no Teatro Universitário e Teatro de Arena.
   A Prefeitura instalou treze estandes, na Praça Saldanha Marinho, destinados às livrarias locais Comercial, do Globo e Evangélica, e às editoras e livrarias José Olympio, Francisco Alves, Globo, Nacional, Delta, Brasiliense, Labor, Leonardo da Vinci, Flamboyant, Sulina e Baibich.
O prefeito Miguel Sevi Viero abre a 1ª Feira do Livro de Santa Maria, em 25.5.1962, anunciada em manchete, no dia seguinte. À direita, a primeira-dama, Eugenia Viero, e o ex-prefeito Vidal Dania.


   A abertura, programada para 17 de maio, como principal comemoração do 104º aniversário de emancipação política da cidade, foi adiada para o dia 25, quando o prefeito Miguel Viero descerrou a fita simbólica da Primeira Feira do Livro de Santa Maria.
   Sivo Duprat Barreto
Dr. Sivo Barreto [acervo Dr. Luiz Barreto]
   O rosariense Sivo Barreto, formado em 1928,  pela Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre, hoje da UFRGS, iniciou sua vida profissional e política em Cacequi. Mudou-se para Santa Maria, onde foi eleito suplente de vereador, em 1955, e assumiu o mandato no ano seguinte, sendo eleito vereador para a legislatura 1960-63.
   Desde 1959, insistentemente defendeu, na tribuna da Câmara, com sua conhecida eloquência, a criação de uma feira do livro em Santa Maria.      Como resultado de sua persistência, a primeira Feira do Livro de Santa Maria foi organizada em 1962.
   O idealizador e obstinado batalhador para a realização desse primeiro evento literário, em nossa cidade, e membro de sua organização foi escolhido orador na solenidade de abertura da I Feira do Livro em Santa Maria. Lembrou em seu discurso que, “se ouvida fosse sua pregação, desde o início, Santa Maria, que se mostrara pioneira interiorana em tantos empreendimentos de ordem cultural, o teria sido também na Feira do Livro.”
Dr. Sivo Duprat Barreto,
quando eleito vereador, em 1959.
   Se houvesse, então, o patronato do evento, certamente Sivo Duprat Barreto teria sido o Patrono da I Feira do Livro de Santa Maria. Seu nome deve ser lembrado e uma homenagem lhe é devida. 

   A II Feira do Livro de Santa Maria, em maio de 1963, foi aberta pelo governador Ildo Meneghetti. Em dezembro daquele ano, o prefeito Miguel Sevi Viero promulgou a Lei nº 1133, aprovada pela Câmara de Vereadores, que oficializava a Feira do Livro de Santa Maria. Mas nos anos de 1964 e seguintes a Feira não se realizou certamente devido ao estado de exceção, entretanto, em 1967, houve a Feira Internacional do Livro, promovida pela UFSM.
   1º Patrono: Felippe D’Oliveira
Herma de Felippe D'Oliveira.
Assinatura de Victor Brecheret, 
no lado direito da escultura.
   A III Feira do Livro de Santa Maria foi aberta em 27.4.1968, quando o evento teve sua primeira sessão de autógrafos e seu primeiro patrono.
   Essa homenagem foi prestada ao santa-mariense Felippe Daudt de Oliveira, poeta, jornalista, farmacêutico, empresário, esportista e escritor, nascido em 23.8.1890.
   Tendo se envolvido na Revolução Constitucionalista de 1932, exilou-se na França, onde faleceu aos 42 anos, em acidente de carro. 
   Foi homenageado com a denominação de ruas em Santa Maria, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, onde também deu nome a uma escola estadual de 1º grau. É patrono da cadeira 37 da Academia Rio-Grandense de Letras e do Concurso Literário Felippe D’Oliveira, realizado em Santa Maria, por 36 edições.
   Na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, onde se realizam as feiras do livro, foi erguida a herma de Felippe D'Oliveira, uma valiosa obra do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, um dos mais importantes do país, introdutor do modernismo na escultura brasileira.

  
A herma de Felippe D'Oliveira, 1º patrono de Feira do Livro de Santa Maria, 
jaz ignorada em um canteiro da Praça Saldanha Marinho.

   As retomadas
 Nos quatro anos seguintes, a Feira não se realizou e somente foi retomada em 1973, por louvável e valiosa iniciativa dos estudantes do Curso de Comunicação Social da UFSM. Foi denominada, por três edições, Feira Universitária do Livro. Seguiu então de forma contínua por 17 anos. Não sendo realizada nos anos 1990 e de 1992 a 94, foi novamente retomada, em 1995, por promoção, junto aos seus alunos, da prof.ª Eugenia Mariano da Rocha Barichello, sob cujo patronato foi realizada a edição de 2013.
1973 - I Feira Universitária do Livro. Ao fundo, o antigo edif. do Banrisul, demolido para dar lugar ao atual, inaugurado em 9.1.1983. [acervo DAG/UFSM]

   A Feira foi aberta em 2.10.1995, organizada pela FACOS/UFSM, Editora/UFSM, Prefeitura, CESMA e SESI, que se uniram para consolidá-la como um dos maiores acontecimentos culturais de Santa Maria. Houve sessões de autógrafos de vários autores, entre eles Luiz Fernando Veríssimo, Prado Veppo, Tânia Lopes, Celso Gutfreind, Juremir Machado da Silva, Vitor Biasoli, Humberto Zanatta e Ricardo Seitenfus. Apresentaram-se grupos de dança, música e teatro, e exposições foram organizadas. Tomou então a denominação de 23ª Feira do Livro
   Segundo Télcio Brezolin, gerente da CESMA, a comissão organizadora de então numerou a edição de 1995 a partir da I Feira Universitária do Livro, em 1973, computando os anos decorridos, inclusive aqueles em que o evento não se realizou. Por coincidência, a feira de 1995 era a também 23ª considerando todas as que foram realizadas, desde a primeira edição, em 1962.
   Assim, desde o início, houve 12 anos, em diferentes épocas, em que a cidade não teve feira do livro. Mas é justo e necessário que se contemple todas as feiras aqui realizadas, quaisquer que tenham sido suas denominações e seus promotores, o que numera a edição de 2014 como a 41ª Feira do Livro de Santa Maria.
   
   Marca
 Em 1998, a Feira adotou sua marca permanente de apropriada significação. De linhas singelas como devem ser os símbolos visuais, a marca mostra um livro aberto composto por figuras de pássaros em voo. A leitura literária, assim com a histórica, científica ou informativa é um meio de o leitor alçar voos, percebendo novas realidades, ampliando o conhecimento. Contribui para o seu crescimento cultural e promove suas ações positivas e críticas na sociedade.
   A marca da Feira foi uma inspirada criação da designer Creici Redin Brixner, quando aluna/orientanda do Prof. Máucio Rodrigues, na disciplina de Projeto de Identidade Visual do Curso de Desenho Industrial/UFSM, que tantas e qualificadas contribuições tem dado a instituições locais.

    Homenageados da edição 2014
   A Comissão Organizadora da Feira prestou homenagem póstuma ao poeta Antonio Carlos Machado, laureado autor de textos em verso de premiadas músicas gaúchas.
   A educadora homenageada, Viviane Marconato, é professora na Escola de Ensino Fundamental Pão dos Pobres Santa Antônio e na Escola de Educação Infantil Padre Orlando. Desenvolve necessários e valiosos projetos literários com seus alunos.

Prof.ª Viviane Marconato
Homenageada
   Fui escolhido Patrono da Feira do Livro de Santa Maria, homenagem que considero da maior relevância no âmbito dos eventos culturais da cidade. Expresso minha mais profunda gratidão à Comissão Organizadora da Feira, composta por representantes da Câmara do Livro, Prefeitura Municipal (secretarias da Cultura, Educação, Turismo e Eventos), Curso de Comunicação Social/UFSM, CESMA, UNIFRA (Cursos de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo), 8ª Coordenadoria Regional de Educação, SESI-RS e SESC-RS.
   Sou grato aos integrantes desse qualificado colegiado, por sua generosidade ao me atribuírem tal mérito, pelo reconhecimento ao trabalho que venho realizando sobre a história de Santa Maria e da imigração alemã, temas de minha permanente pesquisa.
   Fui e continuo sendo movido pelo desejo de saber quem eu sou e porque estou aqui.  Sou o resultado dos feitos e fatos da vida de meus ancestrais, nos cenários históricos do desenvolvimento da cidade, onde meus bisavós se estabeleceram, há mais de 150 anos, na época da emancipação política.
   Santa Maria é a minha cidade, onde nasceram meus avós, onde nasceram meus pais e onde eu nasci, na mesma casa onde moro, na segunda quadra da Rua Dr. Bozano, construída por meu bisavô, há 161 anos.
   A vida traçou meus caminhos, e eu andei por eles, em bons e maus momentos, mas sou grato por tudo o que vivi, pois esses caminhos, ainda que longos e tortuosos, me trouxeram à posição de Patrono da mais importante Feira do Livro do interior do Estado. Um estado que realiza, anualmente, 130 eventos literários, entre feiras, festivais e jornadas, bem à frente de São Paulo (27) e Rio (24). Isso engrandece ainda mais a Feira do Livro de Santa Maria e engrandece a mim, como santa-mariense e como patrono.

Fontes:
A Razão - Hemeroteca do Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria.
BARICHELLO, Eugenia Mariano da Rocha. História da Feira do Livro de Santa Maria. FACOS/UFSM, 2013.
Itaú Cultural: 
http://conexoesitaucultural.org.br/wp-content/uploads/2013/08/Felipe-Lindoso_Feiras-de-Livros.pdf